Era uma vez um menino, que para todos os efeitos, a sociedade definiria como problemático. Mas do meu ponto de vista era apenas mal compreendido. Ser introvertido pode soar meio estranho para a maioria e para outros até assustador. Devo deixar bem claro aqui que outrora as pessoas, principalmente as crianças, não ficavam conectadas à internet e muito menos abstraídas por tablets ou smatphones, então quando não se estava na escola ou dormindo era preciso fazer alguma coisa para efeitos de entretenimento.
“Vai fazer novos amigos!”, “por que não vai brincar na rua como os outros meninos?” era muito ouvido por aquela criança da qual vos falo, mas o que ela realmente queria era só ficar no seu mundo onde podia controlar tudo e não havia oportunidades para mais machucados emocionais. Bem, só para deixar claro esse menino tinha vivenciado certas situações traumáticas o que o levou a criar uma espécie de “bolha” ao seu redor para evitar possíveis “dodóis”, como ele mesmo pensava na época. E já que ele não costumava interagir muito com os meninos da vizinhança e até mesmo da escola ele desenvolveu seus próprios mecanismos para se entreter, que na maioria das vezes, era baseado em brincar sozinho com seus próprios brinquedos criando todo um universo em sua mente. Por tal motivo fora muito repudiado por aqueles que não o compreendia, chegando a sofrer frequentes ataques verbais e até mesmo físicos. Mas esta história não é sobre o seu sofrimento, o que foi escrito até aqui foi meramente uma contextualização. O foco principal é o quanto esse garotinho foi se desenvolvendo ao longo dos anos, deixando claro aqui que sua “bolha” não o preveniu de futuros machucados e conforme o tempo foi passando a mesma se tornou em um muro. Isto é, era muito difícil de alcançar esse garoto tão bem escondido em sua fortaleza e conforme mais pessoas o machucavam mais grossas se tornavam essas paredes.
Ele foi crescendo e crescendo e em meio a tantas pessoas que o tratavam mal ele ia conhecendo pessoas que o compreendia e que o aceitava, logo, com o avançar da sua trajetória esses bons amigos, e não posso deixar de mencionar os familiares, foram o ajudando a descontruir essa fortaleza que o cercava. Isso mesmo, desconstruir, tijolo por tijolo, não derrubar de uma vez para não esmagar o menino, que na verdade já havia ultrapassado sua idade e não era mais criança. Demorou um pouco, mas as espessas paredes de concreto se tornaram uma “bolha” novamente e a relação com os que o amavam o transformou em um ótimo ser humano.
O tempo passou e essa “bolha” nunca desapareceu, mas estava maleável e expandia, agregando novas pessoas ao seu mundo, e encolhia, o deixando totalmente fechado até mesmo para os próximos, conforme as situações da vida. É provável que essa “bolha” nunca irá desaparecer, mas é flexível o suficiente para deixar as palavras esvaírem e contar a própria história de como eu era uma vez.
Acho incrivel sua maneira de escrever, com sentimento, parabens.
ResponderExcluirMuito obrigado! :)
ExcluirFantástico texto! Fico feliz de sentir daqui que de algum modo ajudei a derrubar ou diminuir essa parede espessa...e a tocar sua bolha com muito carinho e respeito. Abraço bem apertado!
ResponderExcluirMuito obrigado Andrezza.. Com certeza tu me ajudou muito.. Eternamente grato! <3
ExcluirAmo tu, essa tua cabeça e o jeito que funciona. Obrigada, bolha, por tá maleável quando te conheci e me deixar entrar. Sucesso na escrita, J, tu é top!
ResponderExcluirMuito obrigado pimpolha!! Sou grato por ter você na minha vida!! <3
ExcluirBelo texto!! Adoro a forma com que você brinca com as palavras e exprime a emoção que chega até nos, simples leitores. Sim, preciso dizer que adorei a história de superação. Parabéns!!!
ResponderExcluirMuito obrigado! :D
ExcluirBacana que gostou!!
Legal super criativo
ResponderExcluirValeu! :D
ExcluirMarrapá...
ResponderExcluirAcho q conheci esse menino q agora se mostra um grande homem. Seguro e aberto p a vida.
Parabéns pelo texto e fico feliz por vc.
Valeu cara! Muito obrigado por tudo que me ajudou! :D
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